quarta-feira, 27 de março de 2013

SOMOS NÓS OS CULPADOS!

Acho engraçado quando pessoas apontam os erros alheios e nem ao menos pensam como somos tão culpados pelas desgraças que nos rodeiam do que qualquer outro indivíduo ou corporação. 

O mundo, as pessoas, os animais, nossas escolhas diárias, nossos passos, os elementos da natureza são todos frutos de um só lugar, feitos da mesma matéria, cada qual interligado no espaço e no tempo. Nós temos a capacidade de mudar o planeta, a realidade e tudo mais que a engloba mas a percepção individual é tão alheia a realidade que nos escapa que uma ação banal em um ponto do mundo, pode desencadear uma calamidade em um outro.

Vejamos a extensão desta afirmação. Quando compramos uma roupa de marca mundial, estamos apoiando que esta corporação possa usar de todos os meios para que esta peça de vestuário chegue até nós com a melhor qualidade desejável e com o menor custo possível. Esta corporação, possui investidores, “shareholders” que esperam que o dinheiro investido nela seja retornado com os lucros e dividendos prometidos. Então, sem pestanejar, esta corporação tende a baratear o seu custo para satisfazer gregos e troianos, mas nada é de graça. Milhões de pessoas ao redor do mundo vivem a trabalhar produzindo tais produtos num ambiente escravo, ganhando o bastante para quase não morrerem de fome. Enquanto andamos pelas ruas a desfilar com nossos tênis nikes, nossas camisetas da Gap, nossos relógios Citizens, pessoas são literalmente surrupiadas de suas próprias vidas.

Vamos além do consumo de produtos supérfluos. Vamos usar Os alimentos. Desejamos pratos cheios, variados e baratos. Não sabemos a procedência, nem mesmo perguntamos. Queremos no prato e nada mais. Mas a produção destes alimentos industrializados não é nem um pouco benéfica quanto pensamos ou não pensamos. A criação de gado, por exemplo, requer uma enorme quantidade de terras, terras estas que ainda que extensas além da visão, não são suficientes para engordar tal gato, então é feito a engorda artificial, com hormônios criados para duplicar o tamanho destes animais. Estes são confinados de maneira bizarra e desumana, e praticamente torturados até sua morte. As plantações são tão maléficas quanto as criações de animais. Devido sua extensão, a melhor maneira de garantir a sua colheita é usando produtos químicos que são uma das causas principais de doenças de todos os gêneros na raça humana. E ainda, os donos destas incríveis fazendas, usam e abusam de seus trabalhadores por salários tão desgraçados quanto a de um trabalhador escravo. Mas ainda assim, nada falamos.

De nossos carros, ao valor do combustível, da energia elétrica aos alimentos que consumimos, tudo que nos engloba, tudo que adquirimos, impactará de uma forma ou outra na natureza, mas há alternativas para tudo, há maneiras de melhorarmos o nosso planeta, o que não existe é vontade, seja daqueles que produzem, ou daqueles que consomem. Não paramos para pensar o que queremos, e o preço agregado a tudo que compramos. Somente usamos, sem parar, sem precisar muitas vezes, e sem questionar. Usamos sim o tempo para rezar por nós mesmos, pedir a Deus o que queremos, sem saber que, quem produz tudo isso somos nós mesmos. Passamos a bola adiante, pois ainda desejamos o carrão que consome nosso ar, ou os produtos que de sua industrialização excessiva, destrói os nossos mares, a comida que de sua plantação sem controle consome nossas terras, as pedras brilhantes que matam no mundo. E tudo isso precisamos para o que mesmo? Nos dar felicidade?

Parem e pensem. Tirem suas cabeças das caixas que lhes foram fornecidas, e testemunhem a desgraça que o mundo está se tornando por nossa exclusiva culpa. Não é o Diabo que lhe faz comprar um diamante que sua procedência resultou na morte de homens, mulheres e crianças na áfrica. As suas roupas de marcas que vestem da mesma maneira que roupas comuns, pois são comuns, só mudam o nome. O seu carrão, que somente serve para você demonstrar a sua superioridade à outrem pois continua sendo um meio de transporte que os levam do ponto A para o ponto B.

A culpa é nossa, não de seres extraterrenos e cabe a nós arrumarmos. Impormos condições às empresas e corporações, exigirmos de nossos representantes governamentais, e acima de tudo, aceitar a responsabilidade de mudar o nosso planeta, pois afinal, a mudança está em nós.

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