Sempre nos apressamos a julgar uma situação que não entendemos, nem muito menos conhecemos. Sempre estamos prontos a apontar um culpado sem nem mesmo saber do motivo que levou este indivíduo a cometer tal ato. A desculpa mais óbvia e mais usada é sempre aquela famosa "eu não faria isso no lugar dele(a)" mas nunca estivemos de fato vivendo vidas alheia às nossas mas, mesmos assim, nossas línguas são rápidas em julgar o que não compreendemos.
Estudar ou pesquisar, ninguém se dá o trabalho. Dos mais novos aos mais velhos, a preguiça é generalizada. Numa mesa de boteco, pseudo-juízes criam sua côrtes em meio às doses de álcool consumidas ou, em frente ao PC, sentados em suas poltronas maliciosas, outros tantos, sem terem vivido de fato ou, secretamente no anonimato de suas mentiras, também não perdem a oportunidade de apontar o culpado mas, ao final, são raros os casos vividos na prática. São raras as opiniões de quem sentiu a dor na própria pele.
De bandido por bandido, o povo passa despercebido de suas obrigações. Reclamam da desonestidade do congressista na televisão enquanto usam e abusam de seus governos locais para suas próprias contravenções. Quem não conhece alguém que "rosna ou ruge" da podridão que assola este país enquanto anda de mãos dadas com os mesmos cafajestes que abominam online? Qual de nós já não condenamos nossos representantes mas ao sair da porta de casa para fumar, jogam o filtro do cigarro na calçada para não ter que limpar? Eu sei, não estou julgando ninguém aqui pois me enquadro muitas vezes no dia nesta mesma situação. Sou culpado também, e não quero fugir da minha pena quando esta chegar.
Agora, como melhorar algo tão grandioso assim? Se todos nós vivemos em desbalanço com as nossas próprias realidades, mentindo e reafirmando diariamente "verdades enlatadas" que nos foram obrigadas a acreditar e, sem poder questioná-las, como podemos arrumar o que está errado? Dizem, os estudiosos, que o primeiro passo para a cura de qualquer enfermidade é aceitar que estamos doentes em primeiro lugar mas, se na mente doentia de todos, a aparência é mais importante que a real felicidade, morreremos antes que alguém assuma sua fraqueza perante ao próximo.
Ao meu ver, humildade seria o primeiro passo para um dia melhor então, darei o meu primeiro passo todos os dias admitindo:
- Eu sou fraco, e tenho medo de viver. Nada sei de fato, mas sei quero aprender. Amo amar mas receio tenho de me entregar. Quero vencer, mas não quero depender. Amo trabalhar, mas não posso e não consigo roubar de outrem mesmo que tal ato não seja algo tipificado em lei. Não quero maltratar ninguém mas as vezes, minhas dores e medos tomam o melhor de mim. Eu quero ser bom, mas em meio a um mundo doentio que preza o que temos no bolso, fico na dúvida entre bondade e sobreviver. Penso em morrer todos os dias, mas não teria coragem de me matar. Desejo sorrir todos os dias, mas não sei de onde tirar tamanha felicidade. Duvido da existência de Deus por achar que este se este existe de fato, há muito tempo nos esqueceu "aqui embaixo". Não sei para onde vou amanhã mas sei onde eu gostaria de estar. Sonho todos os dias com um mundo melhor, mas não sei por onde começar.
Espero um dia melhorar.
