sexta-feira, 18 de abril de 2014

A fome e a pobreza do mundo

Há dois meios de chegarmos ao ponto de equilíbrio deste claro problema. Imposição governamental através de idealismos antiquados ou voluntariado e educação. O primeiro é a maneira mais fácil, pois envolve, através de ferramentas legais, a obrigação da distribuição de renda dentro do sistema social. Esta opção, mesmo sendo mais fácil aparentemente, causará o conflito e a quebra deste sistema inevitavelmente, pois implica na obrigação forçada dos participantes de contribuírem com algo que não acreditam estar sendo benéfico a eles, e irão, após a exaustão dos meios legais, se revoltarem contra a imposição tácita sem nem mesmo questionarem o princípio humanitário. Ainda nesta opção, a obrigação mandatária somente abre espaço para a manipulação destes meios legais para benefício dos mesmos 85 cidadãos que acumulam 99% da riqueza mundial sobrando para o restante 1%, arcar com esta divisão. Uma óbvia contradição de todo idealismo.

Do outro lado temos a forma utópica, aquela que pessoas, educadas e responsáveis pelo meio que vivem, tomam a decisão de equilibrarem o benefício de uma vida saudável estendendo a todos ao seu redor, criando uma corrente solidária que por sua vez, diminuiria, em tese, todos os problemas sociais deste planeta e, não menos importante, a preservação dos meios de produção de forma sustentável para mantermos uma taxa de crescimento condizente com a capacidade de sustento do planeta. Como fora mencionado, forma esta que podemos considerar utópica no momento, pois se limitamos a capacidade cognitiva de cada indivíduo fazendo com que estes cresçam como ferramentas automatizadas e não pessoas pensantes, somente servirão para manterem a máquina produtiva funcionando, máquina esta, devemos mencionar, que somente beneficia os 85 cidadãos proprietários de quase toda a riqueza do planeta.

Não é impossível imaginar um planeta equilibrado e saudável à todos, mas não é possível alcançar esta realidade sem passarmos pelo processo de extinção do ser humano. Não estou falando que a extinção é necessária para que o planeta sobreviva, mas precisamos sentir o peso da autodestruição para que possamos mudar de forma coletiva, os caminhos a serem seguidos por todos, preservando a individualidade mas criando o consenso sobre a totalidade como ponto fundamental para sobrevivência de nossa espécie. Proeza esta, ao meu ver, quase impossível sem o sofrimento claro e aparente.

Enfim, entendo que, somente ao ponto da destruição que poderemos, se sobrevivermos, mudar a realidade doentia que criamos com valores totalmente desvirtuados da base de nossa existência e assim, criarmos esta nova tendência evolutiva que poderá, ao meu ver, ser o próximo passo na expansão da consciência humana.

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